Haigas Ocidentais
PINTURAS DIALÓGICAS
A presente exposição é resultante de três anos de um quase total isolamento em função da Covid 19, período no qual a poesia - aliada às telas e aos pincéis - foi para mim uma querida companhia.
Acho que tem razão Pablo Neruda quando afirma que “a poesia tem comunicação secreta com os sofrimentos do homem”... Nesses tempos difíceis, descobri o haicai, a tradicional poesia japonesa que rompeu fronteiras e ganhou formas mais livres na Europa e nas Américas.
Ao ler esses pequenos/grandes poemas que muito dizem em tão poucas palavras, me deixei embalar pelas imagens que eles suscitaram como uma espécie de sussurros em minha mente, sussurros estes que foram ganhando formas e cores no trabalho dos pincéis.
O resultado desse trabalho é agora parcialmente mostrado na Arte Plural Galeria que tão bem o acolheu e me incentivou para mostrá-lo. De forma semelhante à tradição japonesa (e ao mesmo tempo diametralmente oposta) cada haicai por mim escolhido deu origem a uma pintura específica, criando um dialogismo – no sentido bakhtiniano do termo – entre cores e palavras.
Falo aqui de uma semelhança porque na tradição oriental os haicais são muitas vezes acompanhados por pinturas denominadas Haigas, que podem ser feitas por outra pessoa ou pelo próprio poeta (o haijin), com uso do mesmo pincel com o qual o haicai foi escrito sob a forma de ideograma.
E falo também de uma oposição a essa tradição porque foram outras as técnicas por mim utilizadas, assim como é necessariamente outra a linguagem de uma artista como eu, brasileiríssima e nordestiníssima por excelência. Mas é justamente aí que o dialogismo se faz presente criando pontes entre linguagens que, por mais diversas que sejam, se propõem a conversar entre si e deram origem ao título da mostra: Haigas Ocidentais.
A presente exposição é resultante de três anos de um quase total isolamento em função da Covid 19, período no qual a poesia - aliada às telas e aos pincéis - foi para mim uma querida companhia.
Acho que tem razão Pablo Neruda quando afirma que “a poesia tem comunicação secreta com os sofrimentos do homem”... Nesses tempos difíceis, descobri o haicai, a tradicional poesia japonesa que rompeu fronteiras e ganhou formas mais livres na Europa e nas Américas.
Ao ler esses pequenos/grandes poemas que muito dizem em tão poucas palavras, me deixei embalar pelas imagens que eles suscitaram como uma espécie de sussurros em minha mente, sussurros estes que foram ganhando formas e cores no trabalho dos pincéis.
O resultado desse trabalho é agora parcialmente mostrado na Arte Plural Galeria que tão bem o acolheu e me incentivou para mostrá-lo. De forma semelhante à tradição japonesa (e ao mesmo tempo diametralmente oposta) cada haicai por mim escolhido deu origem a uma pintura específica, criando um dialogismo – no sentido bakhtiniano do termo – entre cores e palavras.
Falo aqui de uma semelhança porque na tradição oriental os haicais são muitas vezes acompanhados por pinturas denominadas Haigas, que podem ser feitas por outra pessoa ou pelo próprio poeta (o haijin), com uso do mesmo pincel com o qual o haicai foi escrito sob a forma de ideograma.
E falo também de uma oposição a essa tradição porque foram outras as técnicas por mim utilizadas, assim como é necessariamente outra a linguagem de uma artista como eu, brasileiríssima e nordestiníssima por excelência. Mas é justamente aí que o dialogismo se faz presente criando pontes entre linguagens que, por mais diversas que sejam, se propõem a conversar entre si e deram origem ao título da mostra: Haigas Ocidentais.
Dialoguemos...
Recife, julho de 2022AnaVaz