Tudo é ousado para quem nada se atreve
Pragana
Julho a Setembro de 2016
Tudo é ousado para quem nada se atreve
Pragana possui um nome de pintor. Alguém que tem gana de pintar e não foi por acaso que escolheu a frase de Fernando Pessoa: “Tudo é ousado para quem nada se atreve”. Continuidade e inovação: é o que se pode mencionar em primeiro lugar sobre estas telas expostas na Arte Plural Galeria. Impressiona, sobretudo, o tamanho de seus quadros. Poder-se-ia mesmo pensar que estamos diante de um muralista cuja ambição conceitual não lhe permite se exprimir em formatos pequenos. Ele preside um tribunal, onde está sendo julgado a anatomia dos corpos e também a dos espaços. “Um sutil disfarce” é o nome de um dos seus quadros cujas medidas 1,00 x 2,00m já disse a que veio. Como é estranho esse mundo das palavras. Como é que se pode afirmar que a pintura já acabou quando tudo é repercurso. Como um pêndulo o tempo oscila em duas direções. Acontece que as duas coisas podem ser confundidas, a fria escuridão das cavernas com a claridade excessiva de um mundo que aquece inexoravelmente. A pintura de Pragana viaja nessas duas direções como um fio oculto que dirige todas as coisas. Ele é o pintor rudimentar que traça com aspereza as grandes linhas que formatariam a caça que toda a comunidade exigia e, ao mesmo tempo, o artista totêmico que lança suas figuras de arcanjos no mundo das nuvens como se esse espaço superior também ostentasse seus sólidos pavimentos. (...)
Curadoria de Francisco Brennand
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